Só Maná

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Ex-Bispo e cantor Renato Suhett agora é Padre !

Renato Suhett

Nascido em Niterói em 19 de janeiro de 1961, Formado em Literatura/Português, com mestrado e doutorado pela UERJ. Músico profissional, guitarrista, compositor, cantor, tendo gravado, até o momento, 12 discos em português e 6 em espanhol. Ingressou na vida Cristã aos 20 anos na Igreja Nova Vida do Bispo Roberto McAlister. Depois conheceu a IURD, e seis anos depois, aos 26 anos, tornou-se no Bispo do Brasil. Estudou Teologia Livre na VINDE, com o Reverendo Caio Fábio d´Araújo Filho. Formado em Teologia pela Faculdade da Assembleia de Deus em Mesquita (RJ).
Suhett foi pastor e, depois, Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, sendo por algum tempo o líder espiritual da mesma em todo o território brasileiro, tendo se destacado no comando de projetos para a juventude da igreja. Pela IURD, desempenhou seu ministério em vários países, entre eles, Estados Unidos, Portugal, África do Sul, Argentina e México.
Na década de 1990, suas músicas fizeram enorme sucesso, sendo um dos primeiros a gravar pela Line Records, gravadora que ajudou a fundar e que pertence a Igreja Universal. Seu segundo disco (Tantos Caminhos - 1991) vendeu cerca de 1,5 milhões de cópias, vendas efetuadas diretamente dentro da Igreja Universal.

Anglicanismo

ANGLO CATOLICISMO No domingo dia 20 de maio, o Rev. Renato Suhett recebe de parte de Dom Lucas Macieira, arcebispo da Igreja Episcopal Latina do Brasil Anglo Católica, recebe a ordenação ao presbiterado e é nomeado delegado primacial para assuntos externos e intercomunhão entre Igrejas do Brasil e do  mundo. Também é nomeado Chanceler para assuntos de incardinação (entrada de novos candidatos e clérigos) à Igreja Anglo Católica no Brasil, tendo também, pelo Arcebispo Vetero Católico Monsenhor Dom Lucas Macieira estabelecida a data de sua sagração Episcopal para novembro de 2012.Padre ou Reverendo Renato Suhett adota o apodo (ofac) em sua assinatura clerical que significa Ordem Franciscana Anglo Católica,entidade do Anglo Catolicismo a qual ele é nomeado reitor, por ordem do seu Arcebispo Primaz Monsenhor Dom Lucas Macieira, da Igreja Episcopal Latina do Brasil, anglo católica (Segundo o manual desta Ordem, exige-se o voto da pobreza ou humildade, celibato, ou voto de fidelidade perpétua ao/a conjugue, diálogo ecumênico amor incondicional aos irmãos e irmãs e as criaturas de Deus(animais, natureza e orbes celestes como o irmão Sol, irmã lua, consignados por São Francisco de Assis) e vida dedicada a Deus e ao Senhor Jesus Cristo. É solicitado para entrevistas e esclarecimentos e considerado o "ex Bispo da Igreja Universal que foi ordenado padre" .Esta referência se faz, pela sua ordenação em Contagem ,Esmeraldas , Belo Horizonte , no dia 20 de Maio de 2012 ao presbiterato (que significa no Rito Episcopal Latino , Anglo Católico ,o equivalente a Reverendo e/ou Padre).










sábado, 31 de agosto de 2013

A vinda do Senhor Jesus Cristo !

 A Bíblia tem muito a dizer sobre o fim dos tempos. Quase todos os livros da Bíblia contêm profecias a respeito do fim dos tempos. Organizá-las todas juntas pode ser tarefa difícil. Segue-se um breve resumo do que declara a Bíblia a respeito do que acontecerá no fim dos tempos:

Cristo levará da terra todos os crentes nascidos de novo, que são parte da Igreja (os santos do Novo Testamento) através de um acontecimento conhecido como Arrebatamento (I Tessalonicenses 4:13-18; I Coríntios 15:51 em diante). Perante o Tribunal de Cristo estes crentes serão galardoados pelas boas obras e serviços durante o tempo na terra, ou perderão galardão, mas não perderão a vida eterna por falta de serviço ou obediência (I Coríntios 3:11-15; II Coríntios 5:10).

O anticristo (a besta) assumirá o poder e assinará um pacto de paz (firmará uma aliança) com Israel por sete anos (Daniel 9:27). Este período de sete anos é conhecido como a Tribulação. Durante a Tribulação, haverá guerras terríveis, fomes, pragas e desastres naturais. Deus derramará Sua ira contra o pecado, mal e iniqüidade. Durante a Tribulação terão lugar os quatro cavaleiros do apocalipse, os sete selos, trombetas e taças.

Quando se passar cerca de metade destes 7 anos, o anticristo irá romper o pacto de paz com Israel e com eles guerrear novamente. O anticristo causará abominação e desolação e levantará uma imagem de si mesmo para ser adorada no templo (Daniel 9:27; II Tessalonicenses 2:3-10). A segunda metade da Tribulação é conhecida como A Grande Tribulação e o tempo de angústia para Jacó.

Ao final da Tribulação dos sete anos, o anticristo iniciará um ataque final sobre Jerusalém, que culminará na Batalha do Armagedom. Jesus Cristo retornará, destruirá o anticristo e seus exércitos e os lançará no lago de fogo (Apocalipse 19:11-21). Cristo então amarrará Satanás no Abismo por 1000 anos e governará Seu reino na terra por estes 1000 anos (Apocalipse 20:1-6).

Ao final dos 1000 anos, Satanás será solto, novamente derrotado, e então lançado no lago de fogo (Apocalipse 20:7-10). Então Cristo julgará todos os incrédulos (Apocalipse 20:10-15) no Julgamento do Grande Trono Branco, lançando a todos no lago de fogo. Cristo então introduzirá um Novo Céu e Nova Terra: a eterna morada dos crentes. Não mais haverá pecado, tristeza ou morte. Virá também dos céus a Nova Jerusalém (Apocalipse capítulos 21-22).

Maranata  ! Ora vem, Senhor Jesus” (Apocalipse 22:7).

terça-feira, 27 de agosto de 2013

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE BLUMENAU

A ESTAÇÃO: A estação de Blumenau, a original, foi inaugurada com a linha, em 1909, em estilo enxaimel. Foi desativada ou em 1954, com a extensão da linha até Itajaí, quando se construiu uma nova estação, ou em meados dos anos 1960, pois parece que chegou a funcionar por algum tempo juntamente com a nova estação, como pátio de manobras e estação de cargas. Ficava a cerca de 600 metros da estação nova. Foi demolida já nos anos 1960, e o que ocupa hoje seu lugar é o prédio da Prefeitura Municipal. "Quando a linha foi estendida para Itajaí, esta foi construída num patamar mais alto em relação a linha antiga que demandava para a antiga estação. Assim, mais ou menos 1,5 km à frente da estação velha houve a derivação da nova linha para Itajaí e onde foi construída a nova estação em 1937. Em 1954, quando o trecho finalmente foi inaugurado, a linha velha permaneceu por uns anos. Normalmente as locomotivas usavam a linha velha para fazer a limpeza da caldeira (jato de vapor) numa ponte que existia perto da velha estação. Mas, isto durou uns anos e depois a linha foi erradicada. A estação velha a partir de 1954, passou a abrigar apenas o escritório da ferrovia, a diretoria, por exemplo, por ser área central da cidade, e assim ficou até a desativação em 1971.
Estação de Blumenau em 1930.
A estação em foto sem data.
 ACIMA: A locomotiva chega à estação (Bahnhof, em alemão) de Blumenau em 1911 (Autor desconhecido). ABAIXO: As duas linhas que Blumenau teve: a de 1909 e a de 1954 (CLIQUE SOBRE A FOTO PARA VER EM TAMANHO MAIOR).                          

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Josias Menezes: O pioneiro do rádio evangélico no Brasil

Josias Menezes em foto recente
O radialista Josias Menezes foi o pioneiro na apresentação de programação evangélica musical. Josias criou o programa Peça o seu hino preferido, que durante décadas foi ao ar na Rádio Copacabana AM e em diversas rádios do Rio de Janeiro, estando ainda sendo veiculado na Rádio AM Teresópolis (região serrana do RJ), de onde transmitia direto de seu apartamento, em razão de a doença dificultar sua locomoção. Josias Menezes foi o mentor da popularização, no Brasil, da música gospel, que até meados da década de 50 era cognominada de música sacra. Sua inovação, a princípio, teve reações adversas de alguns evangélicos da ala conservadora da época, que achavam que somente as obras dos autores de séculos anteriores ou as que constavam em alguns hinários seriam aprovadas por Deus. O radialista organizou, também, a Caravana de Josias Menezes, que percorria todo o Estado levando um naipe dos cantores mais requisitados pelo público para apresentação nas igrejas. Como compositor, destacou-se em diversas obras, com destaque especialíssimo para O rosto de Cristo, que possui mais de 60 gravações diferentes. Número que suplanta muitas composições famosas de grandes autores da MPB. Comprei a revista Bizz em edição comemorativa aos 70 anos do "Rei" Roberto Carlos. Na página 95, há uma menção à pesquisa feita pelo ECAD informando que a obra Emoções, de Roberto & Erasmo, foi a música de sua carreira com maior número de regravações: 57 vezes. Ou seja, RC é superado por Josias, em se fazendo esse pequeno paralelo, muito embora os rendimentos autorais tracem um lamentável paradoxo entre eles, haja vista que enquanto Roberto Carlos via sua conta corrente aumentar, Josias, que lutava pelos direitos dos autores, a cada momento descobria uma nova regravação desautorizada. Assim como Ozéias de Paula teve seu repertório durante a carreira composto, em sua maioria, por músicas do autor Edison Coelho, na mesma proporção, Josely Scarabelli colocou em seus discos canções de Josias Menezes. Elon Cavalcante, Carlos de Oliveira, José Tostes, Luiz de Carvalho foram outros que introduziram canções de Josias em seus trabalhos. No meio do ano estive acompanhando equipe da Patmos Music durante uma entrevista com Josias Menezes, onde pudemos perceber que seu estado de saúde mostrava-se bastante fragilizado.

domingo, 21 de julho de 2013

Domingo, 21 de Julho de 2013

NARCISO LEMOS DE ALMEIDA E A HISTÓRIA NARRADA NO SEU  TESTEMUNHO ! 


 Por Salomão L. Ginsburg (Foto).

Capítulo do livro A Wandering Jew in Brazil, Salomão L. Ginsburg, 1921 Um Judeu Errante no Brasil. Uma autobiografia de Salomão Luiz Ginsburg. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1931.  

Corrigida e atualizada por Paulo Brabo.


Depois de uma discussão que havia se alongado por três anos, através da imprensa diária, com as forças organizadas do sacerdócio católico em Pernambuco; depois que todos os esforços haviam sido feitos para expulsar-me do Brasil, especialmente do campo de Pernambuco, onde o Senhor nos abençoava, um monge reacionário italiano, chamado Celestino, resolveu eliminar-me por assassinato.

No norte do estado de Pernambuco havia um bando de cangaceiros à solta, cometendo todo tipo de atrocidades. Seu chefe era um dos homens mais destemidos que já apareceu no Brasil: seu nome, Antônio Silvino. Um grande número de crimes era atribuído a esse bando, e o governo havia oferecido a soma de US$10.000 – 40.000 mil réis – pela sua captura, vivo ou morto. Era muito difícil, no entanto, capturar esse homem. Ele tinha o desconcertante dom de atirar e acertar em cheio, normalmente matando aquele que havia ousado atacá-lo. Ele era também generoso com os pobres e dividia com eles grande parte do espólio que tirava dos ricos ou até mesmo do governo.
"A primeira coisa que me passou pela cabeça é que ele devia estar caçando".
Foi a esse homem que o monge italiano recorreu. Ele apelou para a sua credulidade e superstição, e obteve de Silvino o consentimento de me matar pela soma de 250 mil réis (cerca de duzentos e cinqüenta dólares). Eles descobriram o dia exato em que eu deveria chegar ao vilarejo de Moganga e deixaram o homem preparado para me atacar de surpresa.

Deixei a cidade de Nazaré cerca de duas da manhã. Eu levava um companheiro comigo, o irmão Amaro, um convertido nativo que foi como meu guia. Perto das cinco da manhã vi um homem baixo e franzino, mas de aparência rija, em pé num campo próximo à estrada pela qual eu tinha de passar. Em suas mãos ele trazia uma espingarda de cano duplo, e uma longa faixa de cartuchos atravessava o seu peito. A primeira coisa que me passou pela cabeça é que ele devia estar caçando e, como é meu costume, parei o cavalo e cumprimentei o homem, desejando um bom dia e perguntando se ele havia saído para caçar.

Ele não se dignou a responder, então perguntei se já tinha pegado alguma coisa naquela manhã, mas ele permaneceu calado. Assim, dando com as esporas no meu cavalo, eu estava prestes a seguir meu companheiro, que já havia seguido adiante, quando um negro pulou de uma árvore bem diante do meu cavalo, e tive que me esforçar para manter o controle das rédeas. O homem atrás de mim gritou-lhe alguma coisa que não pude compreender, mas ficou claro que o negro sim, porque saltou de imediato para fora do caminho e deixou-me prosseguir a viagem.

Logo em seguida passei por outro vilarejo, chamado Sapé, e ali encontrei Cocada, um encorpado homem branco cuja face pintada de vermelho o denunciava como membro daquele célebre bando de foras-da-lei. Esse sujeito estava sentado no chão recebendo presentes ou ofertas que lhe traziam os habitantes do lugar. Ele nem mesmo olhou para ver quem estava passando. Às oito cheguei ao vilarejo de Moganga, onde deveria passar o dia, pregando e ensinando.

Tão logo cheguei, no entanto, pude ver a surpresa estampada no cada rosto de cada um que encontrava. O líder político do lugar, em cuja casa eu deveria ficar durante minha estada na cidade, recebeu-me com alegria incontida e abraçou-me repetidamente enquanto perguntava o tempo todo: “O senhor viu o Antônio Silvino?”

Respondi que não conhecia esse homem pessoalmente, por isso não podia dizer com certeza se havia me encontrado com ele ou não. Falei, no entanto, sobre os que havia encontrado no caminho, e ele informou-me que o primeiro, segurando a espingarda de cano duplo, era a pessoa em questão.

O líder político contou em seguida que tinha sido informado que esse mercenário havia recebido dinheiro para providenciar que eu fosse removido da terra dos vivos. Tão logo havia ganho conhecimento disso ele havia estado tentando entrar em contato comigo, mas como eu já havia deixado o lugar onde eles haviam esperado me encontrar, o homem havia chegado ao ponto em que não soubera mais o fazer, a não ser entregar nas mãos da Providência, como ele mesmo colocou (o homem não era crente).
"Vieram lhe dizer, para sua consternação, que era Narciso lemos ( o Baianinho ) e queria falar com o Sr. Salomão".
Tive um dia muito atarefado. Regozijando-me por ter escapado das mãos do mercenário, passei um dia glorioso entre os crentes. Nossa reunião pública começou às 7 da noite e durou até quase meia-noite. Tivemos cântico de hinos, pregação, oração e testemunho, bem como a aceitação de candidatos a batismo. Cansado e quase exaurido, porque não tinha dormido na noite anterior, pedi ao irmão nativo que tocasse a reunião e fui para um quartinho que ficava logo atrás da sala da frente da casa do líder político .

Eu estava pronto para espalhar-me na minha rede quando ouviu-se uma batida na porta da frente. A exigência era que a porta fosse aberta imediatamente. O dono da casa foi ver quem estava perturbando a hora da meia-noite quando vieram lhe dizer, para sua consternação, que era Antônio Silvino e queria falar com o Sr. Salomão.

Você pode imaginar como meu coração reagiu quando percebi que aqueles eram provavelmente meus últimos momentos. Eu havia me congratulado por ter escapado do bandido e agora aqui estava ele, na própria casa do líder político e defronte a onde ficava a delegacia de polícia. Caí de joelhos pedindo ao Senhor apenas uma coisa, a força necessária para dar um bom testemunho. O Senhor me deu o dom de não temer coisa alguma ou quem quer que seja, mas deu-me também um espírito muito sensível. Não suporto ver sangue, e toda minha coragem se esvai quando vejo alguém sofrendo. A única coisa de que eu tinha medo era demonstrar medo caso ele resolvesse me torturar, e era para isso que estava pedindo forças. Louvado seja o seu nome, ele não falhou comigo.
“Sabe porque vim até aqui?”
 “Sei. Pagaram ao senhor para me matar.”



Antônio Silvino 

Tão logo ele sentou vieram me chamar, e eu disse a eles que iria num momento. Entrando na sala da frente , um aposento grande e espaçoso, vi o cangaceiro sentado no sofá, a cabeça baixa. O líder político estava pálido e tremendo, enquanto sua esposa e sua filha, duas mulheres esguias, apertavam nervosamente as mãos e choravam como se seus corações fossem se despadaçar.

Caminhando até o homem, senti meu coração fortalecido e disse:
– O senhor desejava me ver; o que posso fazer pelo senhor?
– O senhor sabe quem eu sou? – ele perguntou depois de um intervalo.
– Sim, é o capitão Antônio Silvino – respondi.
– Sabe porque vim até aqui? – ele perguntou.
– Sei. Pagaram ao senhor para me matar.
– É verdade – respondeu ele.
Ali em pé diante do cangaceiro levantei mais uma oração silenciosa a meu pai do céu, pedindo que me ajudasse e tomasse conta de minha esposa e filhos. Alguns momentos se passaram sem que o homem fizesse qualquer movimento.
– Então – eu disse, – porque você não faz de uma vez o que veio fazer?
Ele, no entanto, não se moveu. Depois de alguns momentos de silêncio percebi que ele estava chorando, lágrimas escorrendo pela sua face.
– Não – ele disse, finalmente. – Não vou matar o senhor. Eu queria mesmo é matar a pessoa que me pediu pra lhe matar. Não vou matar um homem como o senhor. Hoje de manhã enquanto eu lhe esperava perto da vila de Sapé, o senhor parou o seu cavalo e falou comigo de um jeito tão gentil e bondoso que fui pego de supresa. Tinham me dito que o senhor era um sujeito perigoso, que suas doutrinas e ensinamentos eram uma maldição para o povo e para o país, e que matar o senhor seria uma benção pra muita gente. Mas o senhor falou comigo com tanta bondade que decidi descobrir mais sobre o senhor. Eu estava presente enquanto o senhor pregava e ensinava e rezava e cantava e posso lhe dizer que não vou matar de jeito nenhum um homem que está fazendo uma obra tão caridosa. 
“Não vou matar um homem como o senhor.”

Passamos aquela noite juntos e ele me contou a história da sua vida, uma das mais tristes que já tive oportunidade de ouvir. Ele não era um criminoso comum. Nascido numa família muito rica e aristrocática, Antônio Silvino era ele mesmo dono de uma grande e valiosa extensão de terra na Paraíba. Mas, por causa de querelas políticas, seu pai, irmãos, tios e primos haviam sido exterminados. Para escapar ao mesmo destino, ele havia decidido tornar-se cangaceiro e destruir não apenas seus inimigos políticos mas todos que ousassem se colocar no seu caminho. Até aquela ocasião ele havia assassinado sessenta e seis pessoas.

Conversamos e oramos juntos até o amanhecer. Depois desse encontro aquele cangaceiro tornou-se um ardente defensor da nossa causa naquela região. Ele não permitia qualquer perseguição contra o evangelho e contra os pregadores. Não tenho dúvidas que minha vida foi salva inúmeras vezes da destruição nas mãos de cangaceiros por causa das ordens estritas recebidas desse homem.

Algum tempo depois fui ao Tenente-Governador e ofereci-me para tirar esse cangaceiro do estado e dar a ele uma chance de regeneração, com a condição de que nem ele nem eu fossemos molestados. Sua excelência, embora um grande admirador do trabalho que estávamos fazendo, não via como conceder o que eu estava pedindo.

Logo depois que deixei Pernambuco, Antônio Silvino foi capturado. Ele foi trazido ferido para a capital do estado, onde foi julgado e condenado ao cárcere. Na prisão o seu prazer era ler a Bíblia e contar às pessoas que iam visitá-lo, bem como aos seus companheiros de prisão, o que o Senhor havia feito por ele. Silvino era encontrado constantemente orando e com a Bíblia nas mãos. O editor de certo jornal vespertino foi visitá-lo e voltou devidamente enojado:

“Tudo que se consegue arrancar de Antônio Silvino”, escreveu ele, “é sobre os batistas e a Bíblia”.


 Pesquei literalmente no: Bacia das Almas
 Imagem de Salomão L. Ginsburg Igreja Batista do Cordeiro 

Sobre o autor e obra.

A Wandering Jew in Brazil, Salomão L. Ginsburg, 1921 Um Judeu Errante no Brasil. Uma autobiografia de Salomão Luiz Ginsburg Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1931.
Obra escrita em inglês em 1921, e traduzida para o português por Manoel Avelino de Souza. Original: A Wandering Jew in Brazil: An Autobiography of Solomon L. Ginsburg. Nashville: Sunday School Board, Southern Baptist Convention, 1922.

Judeu convertido ao cristianismo, saíu da sua terra natal para a Inglaterra, onde foi evangelizado. Seu pai, um rabino ao saber da decisão do filho o deserdou. Foi residir num lar para judeus convertidos, onde aprendeu o ofício da tipografia. Sentindo o chamado missionário preparou-se. Inicialmente foi para Portugal, como missionário da Igreja Congregacional. Teve que se retirar dali ao escrever um folheto polêmico, acusando a Igreja Católica Romana.

Da imensa obra de Ginsburg destaca-se: Foi Ginsburg o editor do primeiro Cantor Cristão (16 hinos) em 1891 e na edição atual do referido Cantor ele aparece como Autor ou Tradutor de 102 hinos. Destaco ainda, conforme nos informa o Pr. Ebenezer Soares Ferreira (veja O Jornal Batista nº 30 de 24/07/94), Ginsburg foi o fundador, na cidade de São Fidélis no Estado do Rio de Janeiro da "Egreja DE CHRISTO, CHAMADA BATISTA" (27/07/1894). que foi a primeira Igreja Batista em São Fidélis Segundo o mesmo autor (9, pg. 64), o primeiro Templo Batista construído no Brasil, foi o da Primeira Igreja Batista de Campos, edificado sob o pastorado de Salomão Ginsburg.



Este encontro teria mesmo ocorrido? Que outro autor narrou o aludido capítulo na vida do "Rifle de ouro"? 

Sempre bom, esclarecer que coloco o texto para análise dos leitores e pesquisadores. Não estamos atestando nada. Alem do mais o que sabemos de concreto sobre Silvino foi absorvido da excelente pesquisa do Dr Sergio Augusto de Souza Dantas publicada em seu livro O cangaceiro, o homem e o mito. Esta passagem era desconhecida para nós.

Me atrevi apenas à grifar algumas linhas que estranhamos de cara. A primeira preferimos não comentar por razões óbvias. Faço questionamentos como: "rostos pintados de vermelho", "Espingarda de dois canos",E quanto ao número de vítimas do governador do Sertão?  Além de algumas atribuições.